segunda-feira, 22 de junho de 2009

Texto: Oralidade e escrita perpectivas para o ensino de língua materna


Autores: Leonor Lopes Fávero, Maria Lúcia C. V. O. Andrade, Zilda G. O. Aquino




Produzi um texto com um trabalho que o professor Ivan fez em sala de aula em relação ao texto. Ele fez questões sobre texto, pediu para responder em dupla, depois trocou os textos na sala aleatóriamente e pediu para que a dupla pudessem ser avaliadores do texto do colega e ao final entregaria o texto inicial corrigido para cada dupla fazendo com que produzisse um texto sobre o conteúdo.



O texto trata da dialética entre a língua falada e a escrita, no texto a fala é considerada o meio de comunicação primária em relação a escrita.


“Todas as culturas fazem o uso da comunicação oral; muitas línguas que são ágrafas. De uma perspectiva histórica e da teoria do desenvolvimento, a fala é claramente primária”. Diz Biber (1988:8). Alguns autores deste século partem do princípio de que a língua falada deve ocupar um lugar de destaque nas salas de aula, muitos alunos vão para a escola sem saber ler ou escrever, mas chegam com a sua língua oral caracterizada no meio em que vive, isso interfere na forma de aprendizado da escrita porque as duas línguas tomam distanciamento do que cada um já sabe com o que vai ser ensinado.


Há autores que defendem outro ponto de vista em que não se trata de “ensinar a fala” (Bechara, 1985), mas de mostrar o aluno a grande variedade de uso da fala, conscientizando de que a língua não é homogênia e pode ser trabalhada de diversas formas, do coloquial ao mais formal ensinando as modalidades para que eles possam utilizar em lugares distintos e adequados, isso é transformá-los em ”poliglotas dentro de sua própria língua”(Bechara, 1985).


A fala e a escrita são organizadas por conceitos e construções diferentes.


A fala por muito tempo foi considerado um lugar de caos por ser compostas de inúmeros elementos como (pausa, hesitação, alongamento de vogais e consoantes, repetições, ênfase truncamento, entre outros). Para os estudos da língua falada, torna-se fundamental analisar como se instaura a conversação.
A atividade conversacional é atividade em que se encontram dois ou mais interlocutores que revezam constantemente, para fazer um produção interacional ou organizada podendo até se resumir com perguntas e respostas. Suas falas são ordenadas em turnos que é a produção do falante enquanto ele está com a palavra, incluindo a possibilidade do silêncio; na conversa existe a alternância de turno dos participantes, isto é, ora um é o falante ora o outro é ouvinte, mas podem haver casos em dois falam juntos ou um sobrepõem o outro em uma conversa.


O texto aponta que há quatro elementos básicos que contribuem para a estruturação do texto falado. Estes elementos são o turno, o tópico discursivo, os marcadores conversacionais e o par adjacente cada um tem suas classificações e suas derivações que são bem específicas em uma conversa.


A textualidade se constitui por dois fatores básicos coesão e coerência. Muitos autores não fazem distinção entre elas, usando um termo ou outro para os dois. Alguns quando querem definir coesão usam termos como coerência microestrutural ou coerência global e ao definir coerência propriamente dita se referem como coerência macroestrutural ou coerência global.


No texto, o estudo de Fávero é a referência, sua análise da coesão e coerência no texto falado devem ser feitas de modo distintos da análise em texto escrito, pois a conversação é de natureza diferente , ela se produz dialogicamente, como criação coletiva dos interlocutores.


Nos estudo de Fávero (1992, 1999) é o recurso aplicado com maior freqüência que se divide em coesão referencial, recorrencial ou seqüencial. Dentre as possibilidades de ocorrência de coesão referencial, a autora destaca alta incidência de repetições de palavras que é facilmente perceptível, revelando falta de agilidade na busca da melhor expressão ou um recurso para continuar turno. Para a coesão recorrencial destaca-se interpretação de um texto ou fala sem alteração das idéias originais ou seja o uso da paráfrase. Já coesão seqüencial há presença de conectores, intra e intertunos, promovendo a continuidade ou funcionando como marcador para continuar ou saltar o turno. Para Fávero o texto conversacional é coerente o problema é que pode seguir a ordem cognitiva dificultando a detecção de marcas lingüísticas, ela se dá com base nas relações referenciais estabelecidas pela organização tópica.


Com tantas classificações que foram apresentadas sobre a fala, seria até interessante ensiná-la nas escolas, mas isso seria desvalorizar a diversidade cultural e lexical que o nosso país tem, tornar homogêneo uma língua que atinge 27 estados é difícil e não respeitaria sua identidades locais que em apenas um estado são encontrada várias. Acredito que tornar nossos alunos poliglotas em sua própria língua seja bem mais vantajoso para ambas as partes, proporcionando uma gama de possibilidades.


Um comentário:

  1. Teresa, a articulação das respostas ficou muito interessante. Mas, faltaram alguns aspectos do texto que não foram apresentados: o tópico, a situação, etc. Além disso, faltou tocar no turno, no par adjacente, etc...

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